terça-feira, 4 de dezembro de 2012



Eles deram um ultimato à prefeitura: querem a ordem de serviço para a construção das casas assinada em 11 dias
Flávia Bernardes
04/12/2012 15:13 - Atualizado em 04/12/2012 17:04

Quase dois anos após serem desalojadas pelo Batalhão de Missões Especiais (BME) da Polícia Militar da localidade de Nova Esperança, em Aracruz, as 313 famílias que aguardam por uma moradia popular continuam desamparadas. Segundo os sem-teto, o caso caiu no esquecimento do poder público. Eles avisam que se o novo prazo dado para assinatura da ordem de serviço (14 de dezembro) não for cumprido, a cobrança será "endurecida".
 
As famílias foram desalojadas de uma área de 102 mil  m², reintegrada pela Justiça à prefeitura de Aracruz. Segundo o  coordenador estadual do Movimento Nacional da Moradia, Valdinei Tavares, as casas deveriam ser entregue em novembro deste ano, o que não ocorreu. 
 
Acampadas em frente à Secretaria de Obras de Aracruz, eles conseguiram se reunir com representantes da prefeitura de Aracruz  nessa segunda-feira (3). A prefeitura garantia o prazo de 11 dias para a assinatura da ordem de serviço. 
 
“Se não cumprirem o acordo, ocuparemos a área de novo como já fizemos. Muitos prazos já foram desrespeitados, inclusive, o do Termo de Ajustamento de Conduta [TAC]. O nosso caso caiu no esquecimento do poder público, mas não caiu no nosso esquecimento”, disse Valdinei Tavares. 
 
As obras das casas do novo loteamento Nova Esperança, no distrito de Barra do Riacho, em Aracruz, no norte do Estado, deveriam ter começado em junho deste ano, após a conclusão do imbróglio entre a Estrutural Construtora e Incorporadora Ltda e a Construtora Arpa e Serviços Ltda, que venceu a licitação para a construção das casas. 
 
Em maio deste ano, a Estrutural Construtora e Incorporadora Ltda, que contestava a vitória da Construtora Arpa se retirou da disputa judicial, deixando livre o caminho para que a vencedora do certame iniciasse as obras. 
 
Mas, segundo os desalojados, os prazos não foram cumpridos e as famílias continuam sem moradia.  Eles informaram que irão limpar a área destinada a construção das casas e se o prazo das obras não for cumprido, poderão se mobilizar para construírem suas próprias casas no terreno. 
 
Segundo a prefeitura de Aracruz, o atraso nas obras ocorreu devido à dificuldade da empresa ganhadora em atender algumas exigências da Caixa Econômica Federal. 
 
O loteamento Nova Esperança foi demolido no dia 18 de maio de 2011 em uma operação truculenta executada pelo Batalhão de Missões Especiais (BME). Após a demolição das casas, as famílias desalojadas se dividiram entre a quadra de esportes do distrito e casas de parentes, até que a prefeitura se comprometesse a arcar com os alugueis sociais.
 
Atualmente, algumas famílias cadastradas para receber as casas moram em locais alugados pela prefeitura, em condições ainda precárias. Outras estão alojadas nas casas de parentes e amigos, esperando a conclusão das obras.

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