Cadê o
dinheiro? ‘Colchão bilionário’ que
Hartung deixou para Casagrande estava vazio
Hartung deixou para Casagrande estava vazio
Após 18
meses do fim do governo Paulo Hartung (PMDB), os “podres” da gestão anterior
começam a aparecer. Embora o atual governador tenha um compromisso político com
o seu antecessor, que ajudou a elegê-lo, Renato Casagrande (PSB) foi obrigado a
admitir que o Estado registrou déficit nos anos de 2009 e 2010.
Na entrevista que concedeu à Rádio CBN Vitória, na manhã desta terça-feira (24), para falar sobre os desafios econômicos do Estado, com o fim do Fundap (Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias) e diminuição de arrecadação com a nova partilha dos royalties do petróleo, o governador evitou entrar na polêmica em torno do famoso “colchão bilionário” legado por Hartung, que sempre foi alvo de controvérsia. Entretanto, ao admitir os déficits nos dois últimos anos do governo Hartung, em outras palavras, Casagrande reconheceu que o “colchão” estava vazio.
Desde o início do governo Casagrande, a equipe de transição do atual governo divergia sobre o real valor que havia no tal “colchão”. Comentava-se que só havia em caixa R$ 400 milhões, ou seja, um bilhão a menos que o valor divulgado por Hartung (R$ 1,4 bilhão). Sem contar que boa parte do dinheiro que Hartung teria deixado em caixa estaria comprometida com o pagamento de contas contraídas na sua gestão.
Mais tarde, as contas da Secretaria de Tesouro da União mostrariam que o governo Hartung ficou no vermelho nos dois últimos anos. Em 2009, em função da crise econômica internacional, que acertou em cheio a economia capixaba, lastreada em commodities; e em 2010, devido às eleições. No seu último ano de governo, Hartung percorreu o Estado anunciando investimentos nos municípios administrados pelos prefeitos aliados. É difícil precisar quantos tratores e máquinas Hartung distribuiu nesse período.
Mesmo com a crise econômica internacional batendo à porta, Hartung “queimou” todas as reservas do Estado para continuar investindo. A estratégia tinha o intuito de mostrar aos capixabas que seu governo estava sendo fechado com a economia no azul.
Em 2009 e 2010, anos em que o governo registrou déficit nas contas, Hartung sustentou seu marketing em cima do investimento do bilhão, que se transformou em marca da sua gestão e ao mesmo tempo um parâmetro de pressão para o seu sucessor. Para todos os efeitos, seu governo, de tão competente, havia passado incólume à crise.
Ao ocultar os déficits e anunciar que deixara o “colchão recheado”, Hartung transferiu toda a responsabilidade para cima de Casagrande, que teria que dar “nó em pingo d’água” para manter o teto de investimento estabelecido por Hartung. Qualquer outro resultado inferior à “marca do bilhão” seria questionado pelos eleitores, que acabariam se convencendo que Hartung era um gestor mais competente e por isso conseguira manter os investimentos bilionários.
Mesmo diante da arapuca armada pelo antecessor, Casagrande, durante a entrevista desta terça, comparou a manobra de Hartung às contas de uma família. Ele disse que, assim como as famílias gastam, em um ano, mais do que arrecadam, Hartung também gastou em 2009 e 2010 mais do que arrecadou. Casagrande considerou a gastança do antecessor normal e ressaltou que Hartung só pôde gastar porque tinha reservas.
A explicação de Casagrande não convence nove entre 10 economistas. Muito pelo contrário, em situações de crises, como as enfrentadas em 2009 e 2010 pelo Estado, os economistas recomendariam que as famílias – vamos usar a mesma comparação do governador Casagrande - brecassem os gastos. Se a família tivesse uma poupança, como tinha o governador Hartung, o bom-senso recomendaria que a reserva fosse mantida para os casos de emergência.
Hartung fez exatamente o contrário, gastou todas as reservas do Estado no momento de crise e comprometeu boa parte do que deixou em caixa com contas contraídas no seu governo. Para citar apenas um caso emblemático, é só olhar para as obras do Cais da Arte, em Vitória. Os investimentos nas obras do elefante branco, que continuam paralisadas, devem sangrar os cofres do Estado em mais de R$ 200 milhões. Dinheiro comprometido em 2009 por Hartung, que passou para a conta de Casagrande.
Na restante da entrevista, Casagrande disse que, apesar das dificuldades, conseguiu assegurar em 2011 um investimento de R$ 1,4 bilhão. Ele acrescentou que, mesmo com a crise internacional em curso, pretende fechar 2012 com R$ 1,5 bilhão em investimentos, e manter o mesmo patamar em 2013 e 2014.
Para assegurar os investimentos, Casagrande explicou que irá manter uma gestão fiscal forte e controlar rigidamente o custeio de pessoal. Ele também disse que espera receber mais recursos do governo federal, além de ampliar as Parcerias Público-Privadas (PPPs).
Na entrevista que concedeu à Rádio CBN Vitória, na manhã desta terça-feira (24), para falar sobre os desafios econômicos do Estado, com o fim do Fundap (Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias) e diminuição de arrecadação com a nova partilha dos royalties do petróleo, o governador evitou entrar na polêmica em torno do famoso “colchão bilionário” legado por Hartung, que sempre foi alvo de controvérsia. Entretanto, ao admitir os déficits nos dois últimos anos do governo Hartung, em outras palavras, Casagrande reconheceu que o “colchão” estava vazio.
Desde o início do governo Casagrande, a equipe de transição do atual governo divergia sobre o real valor que havia no tal “colchão”. Comentava-se que só havia em caixa R$ 400 milhões, ou seja, um bilhão a menos que o valor divulgado por Hartung (R$ 1,4 bilhão). Sem contar que boa parte do dinheiro que Hartung teria deixado em caixa estaria comprometida com o pagamento de contas contraídas na sua gestão.
Mais tarde, as contas da Secretaria de Tesouro da União mostrariam que o governo Hartung ficou no vermelho nos dois últimos anos. Em 2009, em função da crise econômica internacional, que acertou em cheio a economia capixaba, lastreada em commodities; e em 2010, devido às eleições. No seu último ano de governo, Hartung percorreu o Estado anunciando investimentos nos municípios administrados pelos prefeitos aliados. É difícil precisar quantos tratores e máquinas Hartung distribuiu nesse período.
Mesmo com a crise econômica internacional batendo à porta, Hartung “queimou” todas as reservas do Estado para continuar investindo. A estratégia tinha o intuito de mostrar aos capixabas que seu governo estava sendo fechado com a economia no azul.
Em 2009 e 2010, anos em que o governo registrou déficit nas contas, Hartung sustentou seu marketing em cima do investimento do bilhão, que se transformou em marca da sua gestão e ao mesmo tempo um parâmetro de pressão para o seu sucessor. Para todos os efeitos, seu governo, de tão competente, havia passado incólume à crise.
Ao ocultar os déficits e anunciar que deixara o “colchão recheado”, Hartung transferiu toda a responsabilidade para cima de Casagrande, que teria que dar “nó em pingo d’água” para manter o teto de investimento estabelecido por Hartung. Qualquer outro resultado inferior à “marca do bilhão” seria questionado pelos eleitores, que acabariam se convencendo que Hartung era um gestor mais competente e por isso conseguira manter os investimentos bilionários.
Mesmo diante da arapuca armada pelo antecessor, Casagrande, durante a entrevista desta terça, comparou a manobra de Hartung às contas de uma família. Ele disse que, assim como as famílias gastam, em um ano, mais do que arrecadam, Hartung também gastou em 2009 e 2010 mais do que arrecadou. Casagrande considerou a gastança do antecessor normal e ressaltou que Hartung só pôde gastar porque tinha reservas.
A explicação de Casagrande não convence nove entre 10 economistas. Muito pelo contrário, em situações de crises, como as enfrentadas em 2009 e 2010 pelo Estado, os economistas recomendariam que as famílias – vamos usar a mesma comparação do governador Casagrande - brecassem os gastos. Se a família tivesse uma poupança, como tinha o governador Hartung, o bom-senso recomendaria que a reserva fosse mantida para os casos de emergência.
Hartung fez exatamente o contrário, gastou todas as reservas do Estado no momento de crise e comprometeu boa parte do que deixou em caixa com contas contraídas no seu governo. Para citar apenas um caso emblemático, é só olhar para as obras do Cais da Arte, em Vitória. Os investimentos nas obras do elefante branco, que continuam paralisadas, devem sangrar os cofres do Estado em mais de R$ 200 milhões. Dinheiro comprometido em 2009 por Hartung, que passou para a conta de Casagrande.
Na restante da entrevista, Casagrande disse que, apesar das dificuldades, conseguiu assegurar em 2011 um investimento de R$ 1,4 bilhão. Ele acrescentou que, mesmo com a crise internacional em curso, pretende fechar 2012 com R$ 1,5 bilhão em investimentos, e manter o mesmo patamar em 2013 e 2014.
Para assegurar os investimentos, Casagrande explicou que irá manter uma gestão fiscal forte e controlar rigidamente o custeio de pessoal. Ele também disse que espera receber mais recursos do governo federal, além de ampliar as Parcerias Público-Privadas (PPPs).
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