ONG Barra do Riacho nega pagamento de aluguel social pela Prefeitura de Aracruz
Herval Nogueira, presidente da ONG, afirma que houve ''sabotagem'' na divulgação das informações sobre um possível acordo com a Prefeitura
Flávia Bernardes
30/04/2013 16:19 - Atualizado em 30/04/2013 17:14
Diferentemente do que foi publicado nessa segunda-feira (29) por Século Diário, a ONG Amigos da Barra do Riacho nega que Prefeitura de Aracruz tenha confirmado a retomada do pagamento dos aluguéis às 313 famílias expulsas do bairro Nova Esperança desde 2011.
O presidente da ONG, Herval Nogueira, disse que a entidade foi vítima de uma manobra, não se sabe de quem, para desestabilizar o processo de negociação com a Prefeitura.
A informação de que as negociações tinham avançado foram enviadas à Redação de Século Diário por meio do e-mail oficial da ONG. “Tem alguém querendo se passar por nós, mas no fundo não sabemos como isso é feito. Uma coisa é certa, estão tentando conturbar o nosso trabalho”, ressaltou Herval.
A informação divulgada nesta segunda (29), afirmava que a ONG havia recebido da prefeitura de Aracruz a garantia de pagamento dos aluguéis sociais – alguns com até seis meses de atraso. O “falso” e-mail informava ainda que a Prefeitura iniciaria o recadastramento das famílias desalojadas e desabrigadas.
Segundo Herval, o recadastramento de fato vem sendo feito, porém, é avaliado pela entidade como uma forma de desviar a atenção da dívida que a administração pública tem com as famílias retiradas com truculência de suas casas, no bairro Nova Esperança, em 2011.
Após a retirada das 313 famílias do local, o pagamento dos aluguéis passou a ser um problema para os “sem-teto”, que hoje correm o risco de ficar na rua novamente.
“Na semana passada três famílias procuraram o Ministério Público Estadual para denunciar a situação. Não estamos sendo bem-tratados pela administração e não foi assegurado pela mesma que esse problema será solucionado”, ressaltou.
Herval lamentou o envio do “falso” email e ressaltou que a ONG não abre mão da luta popular e que não concorda com o débito da atual administração, que até o momento, não vem tratando bem a população que luta pelo pagamento da dívida.
“Não estamos sendo bem-tratados pela administração e este email [“falso”] é a indicação de que estão querendo abalar a nossa credibilidade a fim de tumultuar ainda mais este processo. Estamos ligados ao movimento para que a Prefeitura quite o débito de aluguel social e até agora a administração não nos assegurou nada. Tem família sendo despejada de novo”, denunciou.
Desapropriação
Em 2011, a partir de operação marcada pelo uso da força, a Polícia Militar retirou 313 famílias que ocupavam uma área em Barra do Riacho. As casas, todos de alvenaria construídas em regime de mutirão, foram demolidas. O local foi batizado pelos próprios ocupantes como bairro Nova Esperança.
Após a desocupação, os “sem-teto” que não conseguiram ficar na casa de amigos ou parentes foram encaminhadas para a quadra de esportes de Barra do Riacho, a cerca de 300 metros do local. Na quadra improvisada algumas famílias chegaram a ficar por três meses em condições precárias.
No último dia 15 de abril, a empresa Construtora Arpa e Serviços Ltda - vencedora da licitação para a construção de casas populares na Barra do Riacho - informou que o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) foi entregue à Secretaria de Planejamento do município. Segundo Valdinei Tavares, da ONG Barra do Riacho, agora é preciso que o estudo passe pelo Conselho do Plano Diretor Municipal de Aracruz para avaliação. Só depois disso serão iniciadas as audiências públicas para a apresentação do estudo para a comunidade.
Ainda sim, nenhum prazo foi dado para que as casas populares comecem a ser construídas.
Flávia Bernardes
30/04/2013 16:19 - Atualizado em 30/04/2013 17:14
Diferentemente do que foi publicado nessa segunda-feira (29) por Século Diário, a ONG Amigos da Barra do Riacho nega que Prefeitura de Aracruz tenha confirmado a retomada do pagamento dos aluguéis às 313 famílias expulsas do bairro Nova Esperança desde 2011.
O presidente da ONG, Herval Nogueira, disse que a entidade foi vítima de uma manobra, não se sabe de quem, para desestabilizar o processo de negociação com a Prefeitura.
A informação de que as negociações tinham avançado foram enviadas à Redação de Século Diário por meio do e-mail oficial da ONG. “Tem alguém querendo se passar por nós, mas no fundo não sabemos como isso é feito. Uma coisa é certa, estão tentando conturbar o nosso trabalho”, ressaltou Herval.
A informação divulgada nesta segunda (29), afirmava que a ONG havia recebido da prefeitura de Aracruz a garantia de pagamento dos aluguéis sociais – alguns com até seis meses de atraso. O “falso” e-mail informava ainda que a Prefeitura iniciaria o recadastramento das famílias desalojadas e desabrigadas.
Segundo Herval, o recadastramento de fato vem sendo feito, porém, é avaliado pela entidade como uma forma de desviar a atenção da dívida que a administração pública tem com as famílias retiradas com truculência de suas casas, no bairro Nova Esperança, em 2011.
Após a retirada das 313 famílias do local, o pagamento dos aluguéis passou a ser um problema para os “sem-teto”, que hoje correm o risco de ficar na rua novamente.
“Na semana passada três famílias procuraram o Ministério Público Estadual para denunciar a situação. Não estamos sendo bem-tratados pela administração e não foi assegurado pela mesma que esse problema será solucionado”, ressaltou.
Herval lamentou o envio do “falso” email e ressaltou que a ONG não abre mão da luta popular e que não concorda com o débito da atual administração, que até o momento, não vem tratando bem a população que luta pelo pagamento da dívida.
“Não estamos sendo bem-tratados pela administração e este email [“falso”] é a indicação de que estão querendo abalar a nossa credibilidade a fim de tumultuar ainda mais este processo. Estamos ligados ao movimento para que a Prefeitura quite o débito de aluguel social e até agora a administração não nos assegurou nada. Tem família sendo despejada de novo”, denunciou.
Desapropriação
Em 2011, a partir de operação marcada pelo uso da força, a Polícia Militar retirou 313 famílias que ocupavam uma área em Barra do Riacho. As casas, todos de alvenaria construídas em regime de mutirão, foram demolidas. O local foi batizado pelos próprios ocupantes como bairro Nova Esperança.
Após a desocupação, os “sem-teto” que não conseguiram ficar na casa de amigos ou parentes foram encaminhadas para a quadra de esportes de Barra do Riacho, a cerca de 300 metros do local. Na quadra improvisada algumas famílias chegaram a ficar por três meses em condições precárias.
No último dia 15 de abril, a empresa Construtora Arpa e Serviços Ltda - vencedora da licitação para a construção de casas populares na Barra do Riacho - informou que o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) foi entregue à Secretaria de Planejamento do município. Segundo Valdinei Tavares, da ONG Barra do Riacho, agora é preciso que o estudo passe pelo Conselho do Plano Diretor Municipal de Aracruz para avaliação. Só depois disso serão iniciadas as audiências públicas para a apresentação do estudo para a comunidade.
Ainda sim, nenhum prazo foi dado para que as casas populares comecem a ser construídas.
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