quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Dia de protesto nas rodovias de Aracruz resulta em duas reuniões ainda neste mês










Cristina Moura 
Foto capa: Divulgação 

O movimento dos moradores de Barra do Riacho, em Aracruz, na última terça-feira (10), foi positivo, porém, com várias ressalvas. De acordo com os associados à ONG Amigos da Barra do Riacho, as comunidades da região entenderam o objetivo do protesto, que basicamente reivindica duplicação das rodovias, no sentido de diminuir o risco de acidentes. Outra solicitação é a quebra do monopólio do transporte coletivo municipal.

A manifestação começou às 5 horas e terminou por volta das 14 horas. Neste período, provocou a paralisação de trechos da ES-010 e ES-257, somando quase 40 quilômetros de interdição. A intenção dos moradores da região, que receberam apoio de taxistas e associações comunitárias, era chamar a atenção das autoridades estaduais e municipais.

Inicialmente, o protesto surtiu alguns efeitos. Após negociações com representantes do governo estadual, especificamente da Polícia Militar e da Secretaria Estadual de Transporte e Obras Públicas (Setop), foi marcada uma reunião para o dia 19, às 14 horas, na prefeitura de Aracruz, para rediscutir as atuais tarifas cobrada nos ônibus municipais.

Os moradores conseguiram que o aumento das tarifas, atualmente monitoradas pela prefeitura, ficasse suspenso por tempo indeterminado. Durante a reunião, a ONG quer a participação do Comtrac (Conselho Municipal de Transporte Coletivo de Aracruz) para discutir a implantação do subsídio no transporte público.

A manifestação também rendeu outro acordo. No próximo dia 25, às 19 horas, no auditório da Unidade de Saúde, está marcada uma reunião com os representantes de órgãos públicos, como governo do Estado, Prefeitura  e Ministério Público Estadual, junto com representantes da sociedade civil organizada, para a elaboração de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).

Não cumprimento: nova paralisação

De acordo com Valdinei Tavares, presidente da ONG, o não cumprimento do acordo inevitavelmente produzirá novos manifestos. Isso significa que, se os representantes dos órgãos públicos não comparecerem às reuniões, haverá nova paralisação das rodovias, o que provocaria ainda mais prejuízos para empresas instaladas em Aracruz, por exemplo.

Na terça-feira, caminhões enfileirados de diversas empresas, como Aracruz (Fibria), Portocel, Mendes Júnior e outras foram impossibilitados de trafegar. Galhos e pneus queimados foram colocados pelos moradores, para garantir a paralisação das vias, durante quase nove horas seguidas. Pontos de apoio foram espalhados pelas rodovias ES 257 e ES 010 (próximos à Fibria e à Barra do Sahy), além de Aracruz sede e aldeias indígenas Pau Brasil e Caeiras Velha.

Para Valdinei, a eficácia para despertar o interesse dos órgãos públicos está relacionada às empresas. “Temos que incomodar o capital empreendedor, o capitalista selvagem. A única maneira de resolver alguma coisa no Espírito Santo é incomodar o capital que financia campanhas políticas. Do contrário, os cidadãos não vão ser ouvidos”, afirmou.

A operação “tapa-buracos”, que foi iniciada nas rodovias, segundo Valdinei, não resolve coisa alguma. Os moradores querem asfalto novo. Em relação à reunião, a ONG assegura que está convocando os representantes para firmar o TAC. “Queremos pessoas que realmente possam responder pelos seus cargos, que tenham poder de resolver os problemas”, avisou.

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