Ednalva Andrade
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Citado em pedido de abertura de Comissão de Inquérito pelo suposto recebimento de propina, o vereador Ronaldo Cuzzuol (PMDB) renunciou à presidência da Câmara de Aracruz e ao mandato ontem. Ele afirmou que "não tem mais estímulo para fazer política em Aracruz".
Na mesma sessão, o primeiro suplente da coligação dele, Samuel Nascimento (PSB), assumiu a vaga como efetivo. Em seguida, foi eleito presidente da Casa por unanimidade.
Antes da sessão, Cuzzuol se reuniu com os colegas para anunciar sua renúncia. Ele entrou na vida pública em 1996, quando foi eleito vice-prefeito de Aracruz e desde 2001 era vereador da cidade.
Em seu discurso, o peemedebista disse que deve haver critérios para separar os bons dos maus políticos e que "generalizar acusações é delirar". Na semana passada, ele arquivou pedido de abertura de CPI, que incluía seu nome e de mais cinco vereadores como supostos recebedores de propina de R$ 3 mil mensais de uma empresa.
Cuzzuol afirmou que sua decisão foi política, com apoio da família, pois "não suporta mais o desrespeito e ver perdida ou ao menos afetada em parte a finalidade da Câmara".
Nos últimos três anos, vários vereadores foram afastados e viraram alvos de processos na Justiça. Com a saída de Cuzzuol, das 10 cadeiras quatro ficam com efetivos, quatro com suplentes e duas em aberto – a de Nascimento, que virou efetivo, e a da vereadora Ozair Gonçalves (PMDB), afastada pela Justiça na semana passada.
A primeira medida do novo presidente será a aprovação do novo Regimento Interno, que garantirá aos suplentes a participação em comissões e votações. "É uma missão árdua. Assumo em um momento difícil. Pedi a colaboração de todos. Não adianta caça às bruxas. Vamos trabalhar com transparência, mas com equilíbrio", frisou.
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