terça-feira, 3 de abril de 2012

COM NOMES TRADICIONAIS FORA DA PRÓXIMA ELEIÇÃO, ABRE ESPAÇO PARA NOVOS NOMES NO SENÁRIO POLITICO.

Aracruz: desgastes políticos extrapolam
esfera da prefeitura e minam o Legislativo








Nerter Samora 


No dia que completa 164 anos de emancipação política, o município de Aracruz se vê às voltas de uma crise política sem precedentes. A renúncia do vereador Ronaldo Cuzzuol (PMDB), nessa segunda-feira (2), amplia o número de baixas no jogo político local. As vésperas das eleições municipais, atores tradicionais estão fora da disputa. Sem poder concorrer a uma nova reeleição, o prefeito Ademar Devens (PMDB/foto capa) – que chegou a ser afastado por oito meses – busca apenas finalizar o mandato sem novos sobressaltos.
Da composição da Câmara dos Vereadores eleita no pleito de 2008, apenas quatro das dez cadeiras são ocupados pelos efetivos. Neste intervalo, quatro vereadores chegaram a ser presos, enquanto o ex-líder de governo na Casa, Gilberto Furieri (PMDB), continua preso desde o final do ano passado. O ex-prefeito do município, Luiz Carlos Cacá Gonçalves também permanece preso.
Nos bastidores, a saída de Cuzzuol da presidência da Casa e do mandato se deve ao pedido de abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) em contratos de limpeza urbana no município. No pedido, os nomes de seis vereadores aparecem como supostos beneficiários de uma propina mensal de R$ 3 mil paga pela empresa que presta o serviço. Na última semana, o pedido de investigações foi rejeitado pelo então presidente da Câmara, mas a abertura da CPI do Lixinho não está descartada.
Tramita na comarca de Aracruz desde a última sexta-feira (30), um mandado de segurança interposto pela advogada Gilcinéia Ferreira Soares, uma das autoras do pedido de CPI, para que o pleito seja encaminhado para o plenário. Na interpretação da representante do Centro de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos local, o Regimento Interno da Casa não prevê que a solicitação pudesse ser arquivada pelo peemedebista.
De acordo com informações do Tribunal de Justiça do Estado (TJES), o processo (006.12.002064-6) está concluso para despacho do juízo da Vara da Fazenda Pública Municipal. Além de Ronaldo Cuzzuol, constam na denúncia os nomes dos vereadores Ozair Gonçalves Coutinho Auer (PMDB), afastada pela Justiça na última quinta-feira (29); Orvanir Pedro Boschetti (PMDB); Gilberto Furieri (PMDB); Jocimar Rodrigues Borges, o Manego (PSB); e Paulo Sérgio Rodrigues Pereira, o Paulinho da Vila (PT).
Em função da instabilidade política, o mercado político aponta que a corrida pela prefeitura deve se resumir às candidaturas do deputado estadual e ex-vice-prefeito na gestão de Cacá, Marcelo Coelho (PDT), apontado como franco favorito. Outro cotado é o atual vice-prefeito Jones Cavaglieri (PSB) que chegou a assumir a prefeitura nos afastamentos de Devens.
Outros possíveis candidatos são: Valdinei Tavares (PT), oriundo do movimento popular; o advogado Alcântaro Filho (PSDB) e o padre Valdecy Romão (PV). Mesmo com o destaque das denúncias de irregularidades, os meios políticos não descartam a participação de algum nome representando também a atual administração.

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