segunda-feira, 11 de julho de 2011

Aracruz Fibria na mira de ambientalista

‎11/07/2011
Fibria desmata margem de rio para
realizar dragagem do rio Gimuna

Flavia Bernardes


Para aumentar a captação de água para as suas fábricas, a Fibria (ex-Aracruz Celulose) começou, neste final de semana, a dragar o rio Gimuna, impactado após a transposição do canal Caboclo Bernardo do Rio Doce para abastecer a empresa. A nova obra, segundo a Associação de Amigos da Barra do Riacho, é responsável por desmatar boa parte da mata ciliar na região.

A obra, que servirá para atender aos interesses econômicos da empresa, é, segundo ambientalistas, conseqüência de intervenções passadas que deixaram um rastro de escassez na região. Ao mesmo tempo em que as obras assorearam os demais canais da região, prejudicando as comunidades, permitiu-se o consumo de uma grande quantidade de água pela empresa.

Ao todo, a Fibria consome uma quantidade diária de água que corresponde à mesma ao consumo de uma cidade de dois e meio milhões de habitantes, e não paga nada por isso. Com a dragagem do rio Gimuna, essa capacidade deverá aumentar na mesma proporção que o impacto na região, alertam os ambientalistas.

Tanto a dragagem quanto a degradação da mata ciliar da região foram denunciadas à Polícia Ambiental neste domingo (10). Entretanto, a informação da Polícia Ambiental é que a área só poderia ser fiscalizada nesta segunda-feira (11). A corporação foi procurada para informar sobre o desmatamento, mas o responsável pela apuração das denúncias não foi encontrado até o fechamento desta edição.

A intervenção, conforme denúncia do diretor ambiental da Associação dos Amigos da Barra do Riacho, Herval Nogueira, desrespeitam qualquer princípio ético, ambiental e social, visto o histórico da empresa de represar rios, realizar transposições de bacia, inundar propriedades, inverter cursos de rios (como é o caso do Gimuna), produzindo consequentemente impacto às populações que antes viviam de forma autônoma como pequenos agricultores, lavradores, pescadores, artesãos e trabalhadores independentes.

Hoje, estas comunidades estão cercadas pelos plantios de eucalipto, sem qualquer perspectiva. Para muitos dos trabalhadores, não resta alternativa imediata de sobrevivência a não ser a produção de carvão. Entretanto, muitas vezes nem isso podem fazer. A empresa reprime a prática.

Já os pescadores têm muito pouco para pescar e a água de uso doméstico já esteve contaminada por diversas vezes, adoecendo crianças e adultos devido ao uso intensivo de agrotóxico na região.

A falta d"água impede a produção de qualquer tipo de alimento. O amendoim cresce raquítico, o feijão não se desenvolve o milho não nasce, deixando claro que a improdutividade da terra generalizou-se, queixam-se os agricultores da região.

2 comentários:

Anônimo disse...

esse prefeito mereçe prisão perpétua

edilson b. do riacho disse...

quero ver ele pedindo voto aqui para alguem e o povo ainda abaçando ele e puxando osaco dele