Comissão de Trabalho e Emprego e Meio Ambiente esta de olho! |
Flavia Bernardes
Como previam os moradores, os impactos da construção do estaleiro da Jurong, em Barra do Sahy, no município de Aracruz (norte do Estado), serão mais sérios do que os descritos pela empresa durante suas audiências públicas para apresentação do empreendimento. Ao contrário do acordado com a comunidade, a Jurong não irá capacitar mão de obra local, com o fim de combater o inchaço populacional da região.
A denúncia é da ONG Barra do Riacho. A entidade informou que a empresa suspendeu, de forma intempestiva, o processo seletivo que faria neste domingo (26), para selecionar pessoas da comunidade interessadas em se capacitar para trabalhar na empresa.
Os cursos de capacitação fazem parte das exigências previstas nas condicionantes estabelecidas antes da emissão da Licença de Instalação (LI) à Jurong.
“A empresa suspendeu a prova para o curso de capacitação sem maiores explicações nessa quinta-feira (23). Uma secretária que ligou para as lideranças comunitárias, solicitando que comunicassem os moradores sobre a suspensão da prova”, denunciou o presidente da ONG Barra do Riacho, Valdinei Tavares.
A informação é que todo o processo de seleção para os cursos de capacitação vem sendo questionado pelas comunidades. Um documento chegou a ser protocolado na empresa, há uma semana, assim como no Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), solicitando a suspensão total do processo, visto que o mesmo não prioriza as comunidades diretamente afetadas e vizinhas ao empreendimento.
Segundo a ONG, foi questionada também a forma amadora como o processo vem sendo conduzido, já que a própria empresa não sabe o que fazer com as quatro mil inscrições recebidas.
A preferência foi por moradores dos municípios de João Neiva, Fundão, Ibiraçu e Praia Grande que, para a ONG, não sentirão os impactos do empreendimento como a comunidade da Barra do Riacho e Barra do Sahy, em Aracruz, onde o empreendimento será construído.
“Estão dando preferência para apadrinhados políticos que nem de perto sofrerão os impactos diretos”, disse os representantes da ONG Barra do Riacho, no documento entregue à empresa e ao Iema.
Durante as audiências públicas para discutir a implantação do empreendimento na região, a exigência da comunidade era que o processo de capacitação fosse realizado com famílias de baixa renda e alunos da rede pública do segundo ano, além de jovens já cadastrados pela empresa, por residirem na área de impacto do empreendimento. A ONG alega que a Jurong não conhece a realidade do município, o que acarretará sérios prejuízos sociais para a região.
Reclama, ainda, da falta de infraestrutura de Aracruz e da empresa para receber os trabalhadores e prestadores de serviço que chegam à região para atuar na construção e operação do estaleiro, além da cooptação de funcionários de outras empresas e também da prefeitura do município para compor seus quadros, ao invés de capacitar trabalhadores, como prometido.
Durante as audiências públicas para discutir a implantação do empreendimento na região, a exigência da comunidade era que o processo de capacitação fosse realizado com famílias de baixa renda e alunos da rede pública do segundo ano, além de jovens já cadastrados pela empresa, por residirem na área de impacto do empreendimento. A ONG alega que a Jurong não conhece a realidade do município, o que acarretará sérios prejuízos sociais para a região.
Reclama, ainda, da falta de infraestrutura de Aracruz e da empresa para receber os trabalhadores e prestadores de serviço que chegam à região para atuar na construção e operação do estaleiro, além da cooptação de funcionários de outras empresas e também da prefeitura do município para compor seus quadros, ao invés de capacitar trabalhadores, como prometido.
Diante de um processo marcado por atropelamentos dentro e fora do Iema, o sentimento na região é de preocupação. Em janeiro de 2010, o representante da Associação Comunitária de Barra do Riacho, Flávio Machado, já havia alertado sobre o problema. Segundo ele, a região está repleta de trabalhadores vindos de diversas partes do País, atraídos pelas promessas de emprego oferecidas pela Jurong e pela Petrobras na região. “Quem não foi contratado pela Petrobras fica aqui, como uma população flutuante, aguardando a Jurong. Enquanto isso, nossos trabalhadores não são absorvidos, criando um grande problema social”, explicou.
Ao todo, o empreendimento realizará a montagem, reparação e manutenção de embarcações e, para isso, se comprometeu em capacitar 3,8 mil trabalhadores.
Ao todo, o empreendimento realizará a montagem, reparação e manutenção de embarcações e, para isso, se comprometeu em capacitar 3,8 mil trabalhadores.
Um comentário:
Como membra da Comissão de Acompanhamento de Trabalho, Emprego e Meio Ambiente de Barra do Riacho - CATEMA-BR, concordo plenamente que o processo de capacitação de mão de obra realizado pela Jurong está cheio de falhas, má divulgação, falta de critérios de seleção, provas sem conteúdo para estudar, sem disciplinas, muitos erros. Não há a menor atenção e respeito aos moradores da orla, que serão os maiores prejudicados pelo estaleiro. Querem nos empurrar goela a baixo um processo de cursos que não há nenhuma transparência. Enfim estamos a favor de que seja paralizado imediatamente esse processo visto que existe muitos erros e falhas.
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