quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

MAIS UM VEREADOR PRESO EM ARACRUZ, QUAL SERÁ A MULHER QUE POLICIA QUER PRENDER?







Fim da linha em Aracruz: sobrinho e aliado
de Ademar Devens são presos por corrupção


Nerter Samora 
Foto capa: Arquivo SD 

Depois das denúncias de corrupção na prefeitura, o município de Aracruz novamente é atingido pela prisão de autoridades por malversação do dinheiro público. Foram presos na manhã desta quinta-feira (15), o vereador Gil Furieri (PMDB), ex-presidente da Câmara e líder do governo, e Márcio Devens Barcelos, sobrinho do prefeito do município Ademar Devens (PMDB). Também foram presas as empresárias Cíntia Teixeira Furieri – filha de Gil e sócia de Márcio – e a servidora pública Renata Tavares, chefe do setor de licitações da Câmara.

A investigação conduzida pela equipe da Polícia Civil no município indicou a existência de fraudes em licitações da Câmara. As suspeitas estão relacionadas ao contrato de prestação dos serviços de informática do Legislativo municipal, cujo vínculo ainda está em vigor. A empresa beneficiada seria a Speed TI Consultoria, Desenvolvimento e Treinamento em Sistemas de Informática Ltda., de propriedade de Cíntia Furieri e Márcio Devens.

No mês de outubro, o titular da Delegacia de Polícia (DP) do município, delegado Leandro Barbosa Morais, instaurou um inquérito para apurar indícios de envolvimento de servidores da Câmara e da prefeitura nas fraudes. As prisões foram os primeiros desdobramentos das investigações – mantidas até então em sigilo para não atrapalhar os trabalhos. Na época, a possibilidade de prisão dos envolvidos chegou a ser ventilada.

Em entrevista à Rádio CBN Vitória, o delegado explicou que a contratação da empresa foi feita po um “certame de faz-de-conta”, Já que a concorrência pública serviu para mascarar a contratação direta da empresa da filha do ex-presidente da Câmara e aliado de primeira hora do prefeito Ademar Devens.

De acordo com informações da Polícia Civil, o vereador Gil Furieri e o sobrinho do prefeito Márcio Devens foram levados para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Colatina. Já as mulheres presas na operação serão levadas para o CDP de Aracruz. Ao todo, a Justiça expediu cinco mandados de prisão – falta ser cumprido um mandado de prisão contra uma mulher que não foi identificada pelas autoridades policiais.

Não é a primeira vez que os membros da família Furieri surgem em ações relacionadas a fraudes no município. A mulher de Gil Furieri, a ex-secretária de Educação de Aracruz Marilza Teixeira Furieri, também responde a ações de improbidade administrativa por suspeitas de irregularidades na condução da pasta. Com exceção da chefe do setor de licitações da Câmara, os demais presos constam entre denunciados em ações de improbidade ajuizadas pelo Ministério Público.

Denúncias semelhantes levaram ao afastamento judicial do prefeito Ademar Devens por quase oito meses durante este ano. Em março de 2009, o Ministério Público e equipes policiais deflagraram a “Operação Apache”, que flagrou um esquema de fraudes dentro da prefeitura. Naquela oportunidade, foram cumpridos mandados de busca e apreensão relativos a ações de improbidade administrativa e criminal contra 11 pessoas, entre elas o então procurador geral do município, João Aroldo Cypriano Ferraz – principal alvo da operação.

João Aroldo foi acusado de ter montado um esquema fraudulento em processos de licitação que visava a favorecer empresas da família. O esquema envolveria, além de João Aroldo, parentes e outros funcionários da prefeitura. Também foram presos o ex-procurador João Aroldo Cypriano e o filho dele, João Yolando Modessi Ferraz, além dos servidores públicos Amantino Gonçalves da Silva Filho, Lino Antônio Broetto, Antônio Luiz Boff e Helio Santo Soares - todos ligados ao prefeito Ademar Devens.

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