terça-feira, 20 de setembro de 2011

MAIS UM EMPREENDIMENTO SEM CONSULTAR A COMUNIDADE!

20/09/2011
Aracruz: além do estaleiro Jurong, o
município receberá tanques de soda cáustica


Flavia Bernardes


A Oil Power irá ocupar áreas que eram da ex-Aracruz Celulose para construir tanques de armazenamento de granéis líquidos como combustíveis e soda cáustica. O terreno fica ao lado do doado pela prefeitura para a construção do estaleiro da Jurong, na Barra do Riacho, em Aracruz.

A área pretendida não demonstra aptidão do ponto de vista ambiental para abrigar o estaleiro e os tanques de granéis líquidos, alertam os ambientalistas. A intervenção física causará impactos ambientais de proporções imensuráveis e irreparáveis, não passíveis de uma compensação equivalente, ressaltam.

A informação é que a sociedade ainda não foi informada sobre os planos da Oil Power para a região. E, desta forma, todos se preocupam com a proximidade dos tanques, inclusive de soda cáustica.

Após um processo de licenciamento conturbado para a construção do estaleiro em área de relevante importância ambiental e da construção dos tanques, a população terá ainda que lidar com a possibilidade de mais tanques similares aos da Oil Power pela Odjfeel, conforme foi divulgado pelo jornal A Tribuna.

Todos os empreendimentos contam com o apoio do prefeito do município, Jones Cavaglieri. A informação é que representantes da Odjfeel estiveram no município para contratar a empresa que fará os estudos visando ao licenciamento ambiental.

A região também é visada pela Codesa, que ali pretende construir um terminal para movimentação de granéis líquidos.

A Barra do Riacho, antes um vilarejo de pescadores, vem se transformando em um verdadeiro retrato do ‘desenvolvimento’ proposto no Estado. Para as entidades que acompanham a chegada de empresas na região, a situação só piorou desde a construção da ex-Aracruz Celulose, atual Fibria, e o seu Portocel, cujo impacto direto foi sofrido pela população indígena através da ocupação de terras tradicionais; pela sociedade – através do inchaço populacional, aumento de violência e tráfico de drogas e falta de infraestrutura – e sobre a comunidade pesqueira, que chegou a ficar até dois meses sem pescar devido às intervenções realizadas pela Aracruz Celulose ao desviar água do rio Doce para dentro de suas fábricas.

Além dos empreendimentos citados, trabalha na região também a Petrobras, que constroi um gasoduto e vem gerando conflitos com sociedade.

Nenhum comentário: