quinta-feira, 28 de julho de 2011

Novo homem-forte de Ademar Devens é alvo de ações de improbidade

Nerter Samora 
Foto capa: Arquivo SD
Fonte seculodiario 27/07/2011








Depois da revelação do esquema de fraudes na prefeitura de Aracruz, em 2009, o município é abatido com novas denúncias de desvio de dinheiro público. Desta vez, o recém-nomeado secretário de Suprimentos, Durval Valentin do Nascimento Blanck, é alvo de cinco ações de improbidade ainda durante sua passagem pela pasta de Finanças. Em todos os casos, a Justiça deferiu o pedido do Ministério Público do bloqueio de bens do titular da importante secretaria na gestão do prefeito Ademar Devens (PMDB).
De acordo com os autos, as ações de improbidade se referem à contratação sem licitação de atrações para shows musicais no município. As fraudes ultrapassam a casa dos R$ 200 mil. Além do secretário Durval Valentin Blanck, foram denunciados o empresário Nelson Giacomin Decarli – dono da empresa Nelson Produções que rotineiramente presta este tipo de serviço à prefeitura – e o ex-secretário de Turismo Carlos Alberto (Beto) Favalessa.
As ações tratam do período em que Blanck era o secretário de Finanças, responsável pelo ordenamento das despesas com os shows. Em todos os casos, a Promotoria de Aracruz identificou irregularidades no processo de contratação neste tipo de serviço. Entre as principais fraudes apuradas estão o uso de declarações de exclusividade de artistas com vigência de um dia e a exploração das inelegibilidades nas licitações.
Expedientes praticamente rotineiros em várias prefeituras, inclusive fazendo parte das investigações da “Operação Moeda de Troca”, que flagrou as mesmas irregularidades em outros quatro municípios capixabas.

Antes da vigência da Lei de Desconcentração Administrativa, que isenta o prefeito dos atos de secretários aprovada em 2007, o próprio Ademar Devens e o vice-prefeito Jones Cavaglieiri (PSB) autorizaram o pagamento de R$ 2,6 milhões em shows.
No último dia 11, Blanck foi nomeado por Devens para atuar como titular da pasta de Suprimentos, principal ordenadora de despesas gerais no município. A mesma pasta já foi ocupada pelo ex-secretário Wellington Lourenzutti, preso durante a “Operação Apache” – deflagrada no município em 2009 – com mais de R$ 385 mil em sua residência que teriam origem no recebimento de propinas, conforme depoimento dado à Justiça.

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