Ademala Contendo Denuncia |
Barra do Riacho: alimentação a moradores
alojados em quadra foi suspensa
Lívia Francez
O local continua sendo ocupado por famílias que não tiveram para onde ir e a alimentação fornecida pela prefeitura do município foi cortada na última quinta-feira (30) quando, de acordo com o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) celebrado entre prefeitura, moradores e Defensoria Pública do Estado, as famílias já deveriam ter sido cadastradas e alojadas em casas pagas com o aluguel social. No entanto, a prefeitura de Aracruz não firmou contratos com donos de imóveis e as famílias permanecem na quadra de esportes, durante o inverno rigoroso e com a alimentação suspensa.
Os moradores denunciaram a situação nessa segunda-feira (4) à Defensoria Pública e ao Ministério Público Estadual e assistentes sociais foram mandadas pela prefeitura à quadra para iniciar o cadastro das famílias, mas chegaram no momento em que muitos moradores estavam trabalhando e o local estava vazio. As pessoas que estavam na quadra pediram que as assistentes aguardassem, já que elas queriam cadastrar somente os presentes no momento, e o cadastro começou a ser feito.
Os moradores denunciaram também que a prefeitura estaria fazendo vistorias nas casas que devem ser alugadas, mas após isso nenhum contato é feito com os proprietários para firmar os contratos. Isso vem protelando ainda mais a permanência dos desalojados na quadra de esportes.
O temor é que mais pessoas adoeçam devido ao frio que faz no local, que é aberto e com laterais cobertas com lonas para aplacar o vento. No dia 19 de junho último, Sebastião Moura, de 68 anos, morreu em Vitória por complicações pulmonares decorrentes de uma pneumonia, provavelmente adquirida durante a permanência na quadra de esportes.
Desocupação
O loteamento Nova Esperança foi desocupado em 18 de maio deste ano, em ação violenta do Batalhão de Missões Especiais (BME) em cumprimento à decisão de reintegração de posse nº 006.10.007796-2. Após a desocupação, algumas famílias desalojadas se abrigaram na quadra de esportes de Barra do Riacho e permanecem lá até hoje, em condições precárias.
Após a reintegração de posse, uma comitiva da Defensoria Pública passou a auxiliar os moradores, na tentativa de mediar com a prefeitura o aluguel social para as famílias que não têm onde morar ou ainda a realocação delas e também averiguar as violações aos direitos humanos ocorridas durante a violenta reintegração.
A habitação é um problema crônico no município, que nunca teve investimento em casas populares. Em contrapartida, interesses econômicos facilitam a instalação de empreendimentos de grande porte que não trazem retorno para a comunidade, como o estaleiro Jurong, construído em terreno doado pela prefeitura no valor de R$ 25 milhões.
Nenhum comentário:
Postar um comentário