13/06/2011
Ademar Devens suspende alimentação para
desabrigados de Aracruz, mas depois recua
Fonte:
José Rabelo
Cerca de 400 pessoas que foram retiradas, com violência, pela Polícia Militar, no último dia 18, de um terreno em Barra do Riacho, Aracruz, continuam alojados precariamente na quadra de esportes que fica próxima ao extinto bairro de Nova Esperança – nome dado à área ocupada. Na manhã desta segunda-feira (13), os desabrigados reclamavam que o prefeito de Aracruz, Ademar Devens, suspendera o fornecimento da alimentação.
Segundo o representante da ONG Amigos de Barra do Riacho, Valdinei Tavares, após o prefeito tomar conhecimento que a informação sobre a suspensão da alimentação fora denunciada aos veículos de imprensa do Estado, Devens decidiu restabelecer o fornecimento das três refeições diárias que atendem a 126 famílias.
Tavares afirmou que o dono da empresa que fornece alimentação já havia alertado os desabrigados de que o serviço seria interrompido nesse domingo (12). Na manhã desta segunda o café da manhã não foi entregue. “Só depois que o prefeito soube que havíamos denunciado o corte da alimentação para a imprensa é que ele voltou atrás. Ele ficou com medo do tamanho da repercussão”, afirmou Tavares.
O militante disse que o corte contraria o acordo feito com a Defensoria Pública, que prevê o fornecimento de alimentação enquanto as famílias permanecerem alojadas na quadra de esportes da prefeitura. Tavares disse que o dono da empresa voltou a afirmar que a alimentação só está garantida até o próximo sábado (18).
Nesta terça-feira (14), os representantes dos desabrigados retomam as negociações com a prefeitura. Segundo Tavares, as reuniões com a prefeitura têm sido desgastantes. “A estratégia do prefeito é nos desgastar. Eles querem que a gente desista, mas estamos unidos em torno das nossas reivindicações. Não vamos recuar. Queremos a assinatura do acordo com o prefeito”, disse o militante.
Os desabrigados querem a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que assegure a pauta de reivindicações das 313 famílias que viviam em Nova Esperança. Entre as reivindicações eles exigem a construção de casas a custo zero para os desabrigados, pagamento de aluguel social até a entrega das casas, e que as novas casas sejam construídas em um ano. Ele ainda acrescenta que o documento prevê multa de R$ 100 mil caso a prefeitura não cumpra o acordo, além de multa diária de R$ 3 mil por dia de atraso.
“Achamos que a melhor alternativa seria a prefeitura fornecer o material e o terreno e nós entraríamos com a mão de obra para construir as casas. Sairia mais barato para a prefeitura, haveria menos burocracia e as casas ficariam prontas em um prazo menor”, opinou Tavares.
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