sábado, 4 de junho de 2011

04/06/2011
A ONG AMIGOS DA BARRA DO RIACHO, fez-se presente nestes atos em vitória e orgulhosa mente as mascaras destes fascistas começaram a cair por iniciativa desta instituição e por seu presidente, um lider que tem suas idéias futuristas, e respeitada pelo estado e ganha força nacional e internacional mostrando a que veio, seus ideais agora ecoá e se fez capaz de convencer varias instituições,lideres, classes,movimentos.... Essa resistência, estadual nasce em Nova Esperança e ganha força, "quanto mais ferem, mais o movimento cresce"...


Um novo movimento estudantil, uma velha polícia repressora

Renata Oliveira
Foto capa: Gustavo Louzada


“Quem sabe faz a hora, não espera acontecer” (Geraldo Vandré)


Em 26 de junho de 1968, a cidade do Rio de Janeiro assistiu a um movimento histórico. Tendo à frente uma enorme faixa, com os dizeres: "Abaixo a Ditadura. O Povo no poder", a chamada marcha dos 100 mil chamou a atenção para a força dos estudantes, que ganharam o apoio de artistas, intelectuais e de outros setores da sociedade brasileira.

Quarenta e três anos depois, guardadas as devidas proporções, vemos o movimento estudantil do Espírito Santo tomar as ruas. Os tempos mudaram, as dinâmicas mudaram, mas o espírito de luta é o mesmo. Com frases de efeito, cartazes e, agora, os celulares para registrar o movimento, os estudantes foram para as ruas reivindicar transporte público de melhor qualidade e redução da tarifa.

Foto: Nerter Samora


As manifestações que tomaram conta das principais ruas da Capital, nessa quinta-feira (2) e noite de sexta-feira (3), têm uma diferença fundamental em relação aos movimentos da época da ditadura: a mobilização virtual. Depois da atuação truculenta da Polícia Militar contra os estudantes, uma verdadeira enxurrada de comentários tomou as redes sociais. Os vídeos com as prisões e agressões de policiais se tornaram virais e a hashtag (um termo centralizador para registrar todas mensagens que utilizam aquele símbolo) "protesto em Vitória" entrou nos trendingtopics Brasil, ou seja, o termo mais utilizado no Twitter no Brasil.

E não parou por aí. As redes sociais serviram para a troca de informações sobre os participantes da manifestação presos na quinta, 2, e também serviu para chamar a população para o protesto da noite do dia seguinte. O resultado da ação foi exitoso. Registrou-se o dobro de participantes na manifestação da sexta-feira, 3.

Se na quinta o motivo do protesto era a busca de melhorias na qualidade do transporte público e passe livre para todos os estudantes, na sexta-feira um elemento a mais foi incorporado: a violência da polícia repressora do governo Renato Casagrande.

Mas as redes sociais não agiram apenas durante o protesto em Vitória. Desde o final do ano passado, quando o valor da passagem foi aumentado , durante as férias escolares, as mobilizações pelas ferramentas da internet garantiram a concentração de estudantes em 15 manifestações, a maioria na praça do pedágio da Terceira Ponte.

O protesto em Vitória ganhou página no Twitter, no Facebook, um blog e um tumblr, o “fica vai ter bomba”, uma referência às bombas de gás lacrimogêneo – em alusão a outro termo viral da internet, o “fica vai ter bolo”. Por essas ferramentas as ações são discutidas e os protestos marcados, tudo repassado para todos os integrantes do movimento, o que garante uma comunicação mais rápida e mais eficiente.

Exemplo do poder de mobilização desse novo modelo de articulação popular é o episódio ocorrido no Oriente Médio, onde o ditador da Tunísia foi derrubado em menos de um mês após 23 anos no poder. Neste caso, Twitter e o Facebook permitiram que os manifestantes se organizassem para tomar as ruas.

No Espírito Santo, porém, o governo do Estado parece saber muito bem como lidar com esse novo modelo de mobilização: utilizando a velha prática do aparelho repressor. Mostra um combate ineficaz, já que a ação da quinta-feira gerou uma mobilização ainda maior nas redes sociais, o que só fez aumentar o número de participantes do protesto na sexta-feira. Temos de um lado a postura dos estudantes, com os olhos no poder de mobilização da tecnologia, e o governo do outro mantendo um sistema de enfrentamento das questões sociais.

O relato do jornalista Henrique Alves sobre sua prisão também extrapolou o limite do jornal Século Diário e foi replicado na rede.

Com a pistola na cara: Eu, baderneiro, confesso minha culpa, meu pecado

À indignação ante a ação violenta da polícia no município de Aracruz, no mês passado, e a atuação do BME na região de Gurigica se somaram a esse episódio de quinta-feira. À multidão também se somaram os insatisfeitos com as movimentações nacionais também ligadas às questões sociais, como a homofobia e o código florestal. E tem mais

Outro evento que vem correndo as redes e deve atrair uma multidão em Vitória, sobretudo por conta dos acontecimentos dos últimos dias, é a "Marcha pela Liberdade”, no próximo dia 18 de junho. Na página da marcha, no facebook, o convite chama atenção para a necessidade de mudança de postura do Estado em relação ao direito de livre expressão:

“Um movimento pacífico e criativo em Vitória, na esperança de um Estado mais justo e que veja as reivindicações como um ato democrático e constitucional. Estado este que vem reprimindo violentamente moradores indefesos em Barra do Riacho, causando a morte de uma pessoa e desapropriando mais de 300 famílias, e estudantes em busca de seus direitos sendo massacrados pelo Batalhão de Choque da PM como ocorreu ontem ao longo do dia”

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