RIO e BRASÍLIA. As sondas para exploração de petróleo no pré-sal, cuja condição contratual é a de serem construídas no Brasil, começaram a ser feitas, mas no exterior, para cumprir os prazos de entrega à Petrobras. A primeira de um total de 21 sondas já começou a ser cortada no estaleiro Jurong, em Cingapura. A Petrobras vai alugar os equipamentos junto à empresa Sete Brasil, que, por sua vez, encomendou as sondas ao estaleiro asiático.
A medida foi tomada porque o estaleiro que o grupo asiático está construindo no Espírito Santo - o Jurong Aracruz - começará a operar em junho de 2013 e só estará totalmente concluído em 2014. O problema é que a primeira sonda encomendada pela Sete Brasil terá que ficar pronta em junho de 2015, para atender ao cronograma de afretamento da Petrobras.
A diretora institucional do Jurong Aracruz, Luciana Sandri, destacou que as peças (seções) do casco começaram a ser feitas em Cingapura, para o cumprimento dos prazos. Ela garantiu, porém, que isso não vai desrespeitar a cláusula de conteúdo nacional prevista no contrato, que é de 55%. O custo total dessa sonda é de US$ 800 milhões.
- Assinamos o contrato para a construção da primeira sonda em dezembro do ano passado. E vamos cumprir o prazo - disse Luciana.
A Sete Brasil espera assinar até agosto o contrato de aluguel das 21 sondas com a Petrobras. Para garantir o cumprimento dos prazos, a companhia assinou em dezembro passado contrato de encomenda para construção das duas primeiras peças: uma com o Jurong Aracruz e outra com o Keppel Fels, que, segundo fontes, vai iniciar nos próximos dias a construção da sonda no estaleiro Brasfel, em Angra dos Reis. O mercado aguarda também para breve a assinatura pela Petrobras da encomenda de outras cinco sondas junto à Ocean Rig, cuja construção deverá ser realizada no estaleiro Mauá, em Niterói.
A Jurong está investindo R$ 1 bilhão na construção do estaleiro no Espírito Santo e já realiza cursos de qualificação para 675 pessoas. Das 21 sondas que serão encomendadas pela Sete Brasil, os estaleiros Jurong Aracruz, Keppel Fels e Paraguaçu, na Bahia, construirão seis cada um. As três últimas sondas serão encomendadas ao estaleiro Rio Grande, no Rio Grande do Sul.
ANP: licitação de blocos de petróleo só após eleições
O anúncio da tão esperada 11 rodada de licitação de blocos de exploração petróleo e gás deverá ficar para depois das eleições de outubro. Em audiência pública ontem na Câmara dos Deputados, a diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, afirmou que a votação do projeto de lei que altera a alíquota dos royalties do petróleo, que só deve ocorrer após o pleito, ainda é uma barreira para a análise econômica por parte dos concessionários.
Dessa definição depende também a 12 rodada, que, segundo a diretora-geral, incluirá campos de exploração dos estados de Acre, Maranhão, Piauí e Paraná:
- A tramitação no Congresso é que vai dizer - afirmou a diretora da ANP.
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